25 de dez. de 2023

Linha 785D Charitas x Barra da Tijuca - Por que não Linha Amarela?

 Recentemente, foi lançada, com pompas de linha de ônibus revolucionária, a nova linha que tem o suposto objetivo de ligar Niterói à Barra. Essa é uma demanda há muito tempo falada pelos moradores de Niterói e São Gonçalo, mas que parece não ter sido tão satisfatória por não fazer o caminho pela Linha amarela. 

Retirado do Cidade Niterói (Foto: Detro) 

A linha tem dois tipos de serviço, o comum e o executivo, funcionando apenas 4 vezes ao dia, 2 por turno. Parece estranho ser uma linha autorizada mas em caráter experimental. Os horários, conforme divulgação são os seguintes:

  • Ônibus comum (Bilhete único)
    • Saindo de Niterói
      • 5 da manhã
      • 14:15
    • Saindo da Barra (Shopping Aerotown)
      • 8 da manhã
      • 17:00
  • Executivo ("Tarifa"/"Frescão")
    • Saindo de Niterói
      • 5:30
      • 13:45
    • Saindo da Barra (Shopping Aerotown)
      • 8:30 da manhã
      • 16:30

O trajeto, que pode ser conferido no Moovit, além de não passar pela Linha amarela, que seria o caminho mais direto, parece não se integrar com o sistema de transportes da própria Barra, não passando pelo Terminal Alvorada - apenas margeia e permite embarque na passarela de acesso. A linha mais parece ser um lobby de moradores da Zona Sul para poder ter um ônibus para a Barra por dois motivos principais: de Niterói para a Gávea, já existem linhas bem frequentes da própria empresa 1001 e, de lá para a Barra, também existem diversas linhas para a Barra. E o segundo motivo principal para não ser considerada uma otimização do transporte é que a linha é concorrente do sistema de metrô e até mesmo BRT, já que na instalação desses modais, foram retiradas diversas linhas para que os passageiros fossem forçados a usar os sistemas de pista exclusiva que são mais eficientes (apesar de ressalvas da lotação). 

Então, ficam as perguntas: por que não utilizar outro caminho, a linha amarela, que seria uma novidade e efetivamente estimularia os passageiros de Niterói e região a fazer o caminho completo, sem tirar a oportunidade de quem já prefere o caminho pela Zona Sul feito por outras linhas da mesma empresa? Será que a linha vai acabar "flopando" e a conclusão do "experimento" vai concluir que deve-se continuar tendo os mesmos serviços? Fora o fato da linha funcionar poucas vezes ao dia e o executivo ser um preço absurdo de mais de 34 reais. Para efeitos de comparação, o preço do terminal Alvorada até Petrópolis é de 30,69 segundo o site da Única (preço de 2023). 

Por outro lado, também é possível ver um outro lado do passageiro que prefere seguir a viagem toda num transporte só, não se importando se leve tempo a mais, principalmente na volta para casa. Mas mesmo por esse ponto de vista, o passageiro ainda consegue ir do terminal Alvorada até o terminal Jardim Oceânico com relativo conforto, ainda mais com a chegada dos BRTs amarelinhos, e com um tempo de trajeto excelente, dadas as condições terríveis de trânsito na Barra. E do terminal Jardim Oceânico, pode também optar por ônibus para a Gávea (550, 555, 565, Integrada 1) ou o próprio metrô  (mais caro) até Antero de Quental ou Botafogo para pegar os ônibus para Niterói. Num cenário de integração tarifária e acessível (sem precisar andar muito), o caminho BRT+Metrô+Barcas seria o mais confiável para o centro de Niterói. Já o caminho Ônibus para Gávea (309, Integradas, 565) + ônibus para Niterói seria o caminho com menos transbordos e seria pouco diferente do que propõe a linha atual. O caminho da Linha amarela, que pode ter engarrafamentos (como qualquer caminho para a Barra) acaba cumprindo o propósito de alternativa dos caminhos já saturados pela Zona Sul e também de permitir o passageiro apenas ficar em um transporte e não se preocupar com transbordos.  

Creio que muitos passageiros estejam dando esse feedback de alguma maneira para a empresa, que pode se interessar em movimentar a mudança. Por enquanto, resta a festa da secretaria de transportes por uma solução que não se integra com o transporte da cidade e parece não ser eficiente nem para a operadora nem para os passageiros.

3 de dez. de 2023

Proposta de alteração da linha 987 Gardênia x Pechincha e reativação da 939 Gardênia x Tanque

Originalmente postada no Cadê a linha 6 do metrô  


Linha 987 Gardênia x Pechincha - foto retirada do site da prefeitura

Neste post, trago uma linha surgida em 2023 e que foi fruto de grandes erros na inclusão de conexões de certas áreas da região metropolitana do Rio. Falo da linha 987 Gardênia Azul x Pechincha, que foi o que sobrou de três linhas que operavam e bem antes da decadência do transporte do Rio. A linha pega trechos da antiga 886 (que mais antigamente ainda, operava com S750), entre a Gardênia e a Estrada do Bananal, pegando a Uruçanga; a linha 887 (que já teve o número S751), nos trechos da Estrada do Pau Ferro e Retiro; e a linha 939 (fragmento da antiga 636, que hoje só opera entre a Taquara e a Tijuca), representando a ligação Anil x Taquara pela Freguesia. 

    

987 Gardênia Azul via Uruçanga - retirada do G1

A linha é um verdadeiro monstro do Frankenstein, com remendos dessas três linhas e o principal, sem conexão com o BRT. Ora, se a motivação para o corte das linhas originais foi a sobreposição alegada com trechos do BRT - o que não se justifica e vou explicar mais abaixo - por que os moradores dos lugares onde só o 987 passa não tem como finalizar sua viagem em um terminal do BRT - seja na direção da Barra, por exemplo, no Via Parque ou Rio 2, seja na direção da Taquara, na própria Taquara ou no Tanque. Em resumo, moradores que, antes do BRT, podiam ir de suas casas direto para a Barra ou Taquara com uma só condução, agora precisam de 3, e só conseguem pagar uma só passagem se uma das conduções for o BRT. Se ao menos isso se refletisse em redução de tempo de deslocamento, mas não é o caso. 

A alegada sobreposição do BRT com as finadas linhas é bem curta na direção Barra, portanto, do ponto de vista de ser concorrente ao BRT, é uma desculpa que não cola. Outra alegação é de que o trecho entre a Gardênia e a Barra para melhorar o intervalo da linha é justamente numa parte com muito engarrafamento e de fato é. As antigas linhas 886 e 887 iam até a Alvorada e ainda passavam no Barra Shopping e essa é uma região com trânsito muito intenso. Mas para cortar, a melhor solução poderia ser fazer a linha ser circular no Via Parque, passando por debaixo da antiga ponte estaiada e talvez ajudando um pouco quem tivesse como destino final o Península (apesar de não ser perto, já deixaria mais perto que qualquer outra linha), podendo ser a lateral do Via Parque um ponto de apoio, como era com a antiga linha 225 que passou a ser 345 e hoje, também foi fagocitada para operar uma parcial da parcial,  a 645 Jardim Oceânico x Saens Peña.

645 Saens Peña x Jardim Oceânico (retirada do site da prefeitura)

Outra alternativa para conectar o 987 ao BRT na ponta da Gardênia é fazer a conexão com a Avenida Abelardo Bueno, que é tão necessitada de ônibus, podendo aliviar o 613 que passa extremamente cheio nos horários de pico e ainda enche mais na passarela da Gardênia pois boa parte dos passageiros prefere fazer a conexão ali com uma linha comum que descer no Via Parque e ter que fazer uma viagem negativa e possivelmente pegar trânsito sem necessidade. Nessa alternativa, a linha poderia fazer ponto final no shopping Metropolitano ou no Rio 2. No shopping, espaço é que não falta nas ruas ao redor com a vantagem de ser uma viagem mais curta e minimizar o risco dos problemas de intervalo. E há uma grande demanda reprimida para o shopping, além de, claro, permitir ao passageiro terminar sua viagem no BRT, acessando as estações Metropolitano ou Rede Sarah. Já terminando no Rio 2, talvez na lateral da Jeunesse Arena, teria uma demanda grande de pessoas que já fariam a integração com o BRT, além de permitir a integração com uma estação Expresso, que dá acesso a lugares mais distantes como Sulacap e Vicente de Carvalho. 

Já na ponta do Pechincha, também foi infeliz a decisão de não finalizar a viagem nos terminais da Taquara ou do Tanque, já que linha já passa bem próxima. Também existe a questão do trecho desta ligação ser bem engarrafado e poder atrapalhar o intervalo. Mas, não havendo a conexão na Barra, que fosse na Taquara para ter acesso ao BRT pelo menos. Porém, a melhor solução parece ser a conexão na Barra e o retorno da linha 939 Gardênia Azul x Tanque via Taquara, para permitir a comunicação entre a Estrada do Engenho d'água com a Freguesia e a Taquara, coisa que não existe atualmente e acaba tendo que ser feita pela linha 987 dando mais volta e pegando 2 ônibus. Ou até mesmo o retorno da linha 636 no seu trajeto original, Gardênia Azul x Saens Peña, já que, lá atrás, a alegação do encurtamento da linha foi a soberposição do BRT. 

Uma pequena recapitulação sobre o 636: após a inauguração do BRT e o encurtamento das linhas, o 636 passou a ser Madureira x Saens Peña, sendo criada uma nova linha para o trecho Gardênia x Tanque, a 939A. A sobreposição da linha, entre a Taquara e Madureira, deveria ser feita por BRT e, nessa configuração, era possível fazer o caminho completo, pagando uma passagem, com a desvantagem de ter que esperar pela condução por  3 vezes. Na época, não era possível pagar 3 ônibus por uma passagem, mas havia uma exceção para as linhas alimentadoras. Não muito tempo depois, o 636 teve um trecho recuperado, passando a operar como Praça Seca x Saens Peña. Ficou um bom tempo nesse trajeto, mas acabou tendo mais um trecho recuperado, passando a ser Tanque x Saens Peña e fazendo integração direta com o 939. Nessa época, o mecanismo das linhas alimentadoras já havia sido extinto, caindo o "A" na numeração do 939, ou seja, não era mais possível pegar 3 ônibus se fosse um BRT e uma alimentadora. Chegou a ser comunicado o retorno da linha completa, assim como foi feito com o 766 e o 918. Após a pandemia, a linha 939 foi simplesmente "esquecida" pela operadora que, após o mecanismo da prefeitura para retorno de linhas abandonadas, alegou retorno do 939 na forma da colcha de retalhos que é a 987. Mas, há de se frisar que a 987 não faz as conexões que a 939 fazia e que a melhor solução seria ter o 987 e o 939 convivendo. Não faz sentido reduzir o trajeto do 636 por concorrência com o BRT se hoje, todo o trecho de sobreposição do BRT foi readicionado, e o trecho que fazia alimentação dos bairros com o BRT foi extinto. 

É compreensível que há problemas na distribuição dos recursos de transportes na cidade do Rio, o que fica bem visível na quantidade de empresas fechadas nos últimos anos. As empresas restantes acabam assumindo linhas demais e o serviço decai e, por conta disso, perde-se em alguns lados do transporte. Mas, se empresas saem do consórcio, deveriam vir novas e assumir as linhas, em vez do aparente comportamento de monopólio dos mesmos grupos que sempre dominam o transporte. Não é admissível perder conexões que existiam na cidade para conviver com má administração de outras empresas no passado. E, mesmo na filosofia de racionamento, certas coisas simplesmente não fazem sentido e parecem ser fruto de quem está desenhando o transporte sem ouvir a população, apenas no modo teórico. A linha 987 pode ser refinada e deve ser pensada como um modo de localidades menos servidas de transporte (Uruçanga, Pau Ferro e Retiro) terem a possibilidade de serem acessadas a partir de rotas mais troncais e na região, a única que existe é o BRT. Torço para que alguém influente leia esse post e traga a pauta de revisão das linhas 987 indo até o Metropolitano ou Via Parque e 636 retornando ao trajeto original na Gardênia ou tendo sua perna 939 reativada. 

7 de nov. de 2023

Roteiro de 7 dias: Recife + Maragogi

Maragogi é uma região que vem se destacando nas redes sociais como o Caribe brasileiro e não é por menos. Esta cidade e cidades vizinhas possuem paisagens muito bonitas e, dependendo da maré, permitem os passeios até as piscinas naturais. É possível chegar lá por avião através de Recife e Maceió. Inicialmente, o plano era ir por Maceió, mas os preços estavam muito caros e optamos por ir por Recife, que acaba por deixar mais próximo de outros pontos interessantes, como Porto de Galinhas e outro point crescente das redes sociais, a Praia dos Carneiros.

Dia 1: Chegada

Reservamos o primeiro dia para descanso, até porque o vôo chegou já de noite. A depender do horário, pode ser uma boa usar esse dia para passear pelo centro histórico de Recife, se o vôo chegar pela manhã. 

Fomos ao restaurante Giro, achei o ambiente bem limpo e bonito e os preços eram bons, acho que foi o que paguei menos nos que visitei em Recife. 


Dia 2: Praia dos Carneiros



No primeiro dia efetivo de passeios, a escolha foi conhecer a Praia dos Carneiros, que fica a  pouco menos de 2h de Recife. Inicialmente, pensei em usar algum transfer ou passeio bate e volta, mas os preços eram muito caros, seja individual ou mesmo compartilhado. Acaba que o preço do aluguel do carro, dada a distância, compensa bastante. Consegui o preço do aluguel do carro + gasolina mais barato que fazendo um trasnfer compartilhado. Me pareceu que é bem comum na região ter essa opção pelo aluguel de carro mesmo, já que as distâncias não são grandes, ou seja, poucas horas dirigindo, e as condições das estradas são razoáveis. Não é, por exemplo, como em Jeri em que parte da estrada é de areia com dunas. 



Tinha visto alguns relatos das condições das estradas serem ruins, mas me surpreendi positivamente e achei as condições razoáveis (para os futuros leitores, passei no final de 2023). Usei a PE-060, que não possui pedágio e mesmo sem pedágio (ao contrário da PE-009, que tem), o caminho não possuía buracos perigosos como vi nos relatos, só vi alguns buracos pequenos e um ou outro buraco maior, mas que não eram ruins de desviar. Um bom trecho da estrada era em pista simples com acostamento, mas em sua maioria, com boa visibilidade para ultrapassagens e marcação na pista nas áreas onde era permitido. Já sobre as placas de orientação, a maioria estava gasta e apagada, mas os indicativos de radar de velocidade eram bem claros. Para orientação de manobras, acabou que era suficiente seguir no Waze.



A Praia dos Carneiros me pareceu ser caracterizada por ter acessos exclusivos por dentro de propriedades privadas, o que impacta em ter que escolher um beach club ou pousada para poder acessar com tranquilidade. Inicialmente, tinha escolhido o Sítio Estrela do Mar que, pelo que tinha pesquisado, cobrava 50 reais de entrada que permitiam ser convertidos em consumo, além de ser mais próxima da igrejinha. Porém, quando entrei em contato com a pousada, me avisaram que a quantidade de carros no local era bem limitada e como acabei saindo tarde de Recife (por volta de 9h) porque a Localiza do aeroporto estava bem devagar, acabei achando melhor ir direto para a segunda opção que era o restaurante Beijupirá Carneiros, que tinha visto que tinha bastante espaço para estacionar. Infelizmente lá, a entrada não era convertida em consumação. Apesar de ter visto que eram "careiros", achei os preços compreensíveis pela localização. Acredito que também exista a opção de estacionar na estrada principal, pois vi alguns terrenos com placa de estacionamento, mas parece ter que fazer o caminho da estrada até a praia a pé (pelo mapa, parece ser cerca de 15 minutos).




Vi alguns relatos de lá ser demorado para atender, mas acabei dando sorte de ser dia de semana (quinta-feira) e estar vazio. Mesmo assim, reparei que algumas vezes era mais fácil ir até o garçom do que esperar ele vir, não vi problema nisso, mas pode ser um complicador numa situação onde o espaço esteja mais cheio. Não sei se foi por ser num dia mais tranquilo, mas consegui mesas na areia sem custo adicional. 

Cardápio Beijupirá Carneiros



Para ir até a igrejinha, são uns 20 minutos de caminhada tranquila, parando para tirar foto e aproveitar a paisagem. A praia faz juz à fama de uma das melhores do Brasil, com água quentinha e calma. É possível fugir da agitação andando para a área entre o clube Bora Bora e a igreja. No Bora Bora mesmo, fica bem barulhento e nessa hora vi que realmente foi vantagem ter ficado no Beijupirá, porque aparentemente a maioria dos passeios e bugueiros deixam no Bora Bora. 


Caminhando para a esquerda saindo do Beijupirá, onde a água parecia ser mais agitada, primeiro se passa pelo Bora Bora, onde fica mais cheio e logo em seguida aparecem outros clubes e pousadas menores, onde já fica mais vazio e a água já está calma. A praia na altura do Sítio Estrela do Mar parecia nessas condições e parece ser uma boa tentar essa opção para quem estiver chegando cedo. Perto da igreja tem algumas barraquinhas de comida, e são opção para quem quiser lanchar mais barato escapando do preço dos beach clubs. 


Vale mencionar que na volta, havia uma blitz na altura da bifurcação das PE-060 e PE-009 (justamente onde se opta por pagar ou não o pedágio) e estava tendo abordagem com bafômetro, então, fica o alerta para quem costuma beber e dirigir, para não o fazer nessa rota.

Dia 3: Passeios históricos - Recife e Olinda

O terceiro dia ficou dedicado a parte mais histórica de Recife e Olinda, além do passeio da Catamaran Tour, que parece ser um passeio clássico da cidade. 


Passeio histórico é sempre uma mistura de sentimentos de interesse na imersão com a cidade, mas também um pouco de medo com a violência urbana, então, apesar de não ter visto nenhum indício de problema, melhor ir mais discreto e levar só o necessário. Partindo do Marco Zero, existem alguns museus na área de píer. Andando poucos metros para dentro do centro histórico, já se encontra o museu dos bonecos gigantes que é dividido em dois pedaços, a parte de acervo de estátuas e, no final da rua, uma outra área com menos bonecos e demonstração de fervo. Apesar da diferença de preço para ter os dois pedaços seja pequena, acho que só a primeira parte foi suficiente. 



Talvez tenha tido essa impressão porque, ao ir de um lado para outro, fui abordado por um homem se fazendo passar por guia do museu, mas logo percebi que não era e ficou "oferecendo" serviço de city tour , demorei um pouco mas consegui convencê-lo de que não ia querer, o que foi um pouco chato por conta da abordagem. Fica o alerta para, caso alguém comece a falar sobre os pontos, para cortar logo de início. No próprio Marco Zero é possível encontrar guias credenciados que podem fazer o mesmo serviço, caso seja de interesse, além de ter essa opção com as várias agências de turismo, muitas vezes já associadas ao hotel ou pousada. 


Seguindo o passeio histórico, passamos pela rua das moedas, onde está a estátua do Chico Science, uma das várias estátuas do projeto de compositores de Recife, o Circuito da Poesia. Passamos então por uma das pontes para seguir para o Mercado de São José, onde existem várias opções de artesanato, lembrancinhas e comidas típicas. A feira de Boa Viagem também está no roteiro (no último dia), mas achei o Mercado São José com preços e opções melhores. 


Ao lado do mercado, existem algumas igrejas, como a Igreja de Nossa Senhora da Penha (na foto acima) e a Basílica de Nossa Senhora do Carmo, acabamos não visitando devido ao horário, mas parecem valer a pena. Também recebemos recomendação para conhecer a Capela Dourada, também próximo dali. Outro ponto que acabei só sabendo depois foi o Estação Central Capiba – Museu do Trem, mas aparece como temporariamente fechado no Google Maps. Pelas resenhas, parece ser bem interessante. 


Do mercado, pegamos um Uber para subir até a Igreja da Sé, em Olinda. Lá, nos programamos para ir logo de cara no restaurante Olinda Art & Grill, mas acabamos passando por mais um city tour inesperado. O rapaz nos convenceu a fazer a visita à igreja e de fato a vista dela vale a pena, mas acabamos avisando para o rapaz que não conseguiríamos seguir porque íamos almoçar e dali já teríamos outro evento, o catamarã. 



Sobre o restaurante, a vista é maravilhosa, mas os preços são caros e o espaço é apertado e quente. Demos sorte de conseguir lugar na janela, o que foi um presente pela vista e pelo vento, mas quem chegou depois e não ficou na janela, passou calor. Ainda acho que a visita vale a pena, mas talvez para tomar só uma bebida e depois seguir a caminhada para Olinda, que tem outras opções de almoço sem vista mas que imagino que sejam mais baratas. 



No próximo passeio, fomos até o restaurante Catamarã, de onde sai o passeio de barco pelos rios - o "Recife e suas pontes". Achei o passeio interessante, o piloto dá uma palhinha sobre os principais prédios históricos e chegamos bem perto do costão construído entre a cidade e o mar. Na volta, é possível desembarcar no Marco Zero, sendo uma opção para quem quiser fazer o passeio e conhecer o centro histórico após o pôr do sol. 


No retorno do passeio, pelo que pesquisei, existia a opção de comer no restaurante sem cobrança de couvert artístico, mas não fomos comunicados sobre essa opção e como já tínhamos planos para após o passeio, acabamos não tentando essa opção. O restaurante parece ser caro. Após o passeio, inicialmente, o plano era ir no Restaurante Bode do Nô, mas como começou a chover, acabamos ficando pelo Shopping Recife.

Seria a vista do pôr do sol, mas a chuva veio no finalzinho do passeio

Dia 4: Maragogi - Passeio Norte

Agora, chegou a hora de ficar alguns dias em Maragogi. Também optamos pelo aluguel de carro, dessa vez na Localiza de Boa Viagem, onde o atendimento foi bem mais rápido que no aeroporto. Maragogi fica a cerca de 2 horas de Recife e é o meio do caminho entre Recife e Maceió, por isso, sendo possível ir para Maragogi a partir de ambas as capitais. Como chegaria com tempo para fazer um passeio, marquei para as 15h a saída do passeio de buggy das praias do norte de Maragogi. Fiz o passeio com a agência "Caribe Maragogi".

A pousada escolhida foi a Pousada Praia do Xaréu, que divide o espaço com o restaurante Paraíso. Achei o ponto ótimo, pois ficou longe da agitação do centro e tinha visto reviews desfaroáveis às pousadas no centro. Mas, justamente por ser mais isolada, é necessário sair de carro para fazer algo a noite. 

A praia do Xaréu é um dos pontos de parada do passeio norte então acabou sendo mais rápido de chegar aos outros pontos. Visitamos os seguintes pontos

  • Ponta do Mangue - um dos lugares que mais gostei, águas calmas e quentinhas

  • Antunes - o lugar mais movimentado. Como estávamos indo no fim do dia, pegamos um movimento de saída, talvez tenha ajudado a ficar mais tranquilo. Tem algumas barracas com comidas e bebidas na areia, mas achei caras dada a estrutura e não tinha muitas opções também. A água do mar é boa também, calma e quente. Para quem não for de passeio de buggy ou lancha, é possível ir de carro e estacionar na estrada, vi vários locais cobrando cerca de 20 reais para deixar o carro e de lá, andar por uns 10 minutos até a praia 

  • Burgalhau - essa foi a que menos gostei, o mar estava muito agitado. Tem uma área para fotos na cadeirona do mesmo estilo da famosa de Maceió. O ponto tem uma barraca (cujo dono já estava saindo, mas deixou usar a estrutura da cadeira para as fotos) e um restaurante, o Lili Praia. Esse restaurante pareceu bem bonito, tomamos apenas uma água de coco e achei o preço justo. Acho que estão começando almejando grandes vôos, vislumbro esse restaurante como um grande beach club no futuro. 

  • Barra Grande - é o lugar onde se forma o caminho de Moisés, mas, por conta da maré, só se via o mar mesmo. Pegamos um pôr do sol nublado, mas muito belo. 
A propósito, sobre Caminho de Moisés, em Carneiros, vimos um grande pedaço de areia mar adentro que lembrou mesmo com a maré desfavorável.



No fim do dia, pegamos o carro para conhecer o centro. Para quem gosta de agito, vai encontrar. Tem restaurante com música ao vivo, música na rua também, barraquinhas de comida de rua, lojas para lembrancinhas e comidas típicas. 



Vale o passeio, mas é bom tentar chegar cedo porque é ruim de encontrar lugar para estacionamento. Vi vários carros parados em fila dupla ou na calçada e parecia que havia agentes de trânsito (talvez uma guarda municipal ou equivalente) circulando, talvez multando. Quando cheguei, encontrei vagas logo no começo e por lá parei, até porque o restaurante que fui era bem no começo, parei quase na frente dele. Mas talvez, se eu fosse parar mais na frente, tivesse que rodar um pouco até encontrar. 




O restaurante para a janta foi o Russo Gastrobar. O espaço é bem bonito e achei o preço caro padrão de lugares turísticos. Vi que tinha lugares mais baratos ao circular pelo centro, mas também havia lugares mais caros. Gostei no Russo Gastrobar do fato de ter chope em torneira, apesar de não ter consumido.

Dia 5: Maragogi - Passeio Sul + Milagres

Neste dia, fizemos um passeio para a área sul de Maragogi que se extendia até Milagres. Este passeio não era oferecido pela agência que usamos no passeio norte, mas conseguimos com o Maví Alves da Tour Maragogi. Em ambas as agências, as informações foram passadas sobre o bugueiro que ia nos encontrar e tudo transcorreu bem. Começamos o passeio às 7:30 e percorremos os pontos de interesse.
  • Túnel Verde (Porto de Pedras) - um trecho da estrada que rende umas fotos bonitas
  • Praia do Patacho (Porto de Pedras) - nesse caso, também começamos por um dos lugares que mais gostamos dos passeios. A praia é bem vazia, rodeada de hotéis mais reservados e dá uma boa imersão na natureza. Conhecemos o "coqueiro da Grazi"


  • Fonte milagrosa (São Miguel dos Milagres)

  • Mirante Alto do Cruzeiro (São Miguel dos Milagres)
Pena que o tempo fechou
  • Sítio Coconha e Dona Ilda (São Miguel dos Milagres) - casinha de uma família que batalhou para manter a moradia e uma praia muito boa, com água calma e quentinha nos fundos

  • Beach Club Milagres do Porto - local para almoço e mais uma boa localização para banho e boas fotos. A praia já é mais cheia, mas é bem extensa e dá para aproveitar. Paciência com o restaurante porque demoram para servir. Achei os preços justos e porções bem servidas

Cardápio Milagres do Porto


Um pequeno ponto baixo foi no retorno, na espera para a balsa, tinha uma senhora e uma jovem vendendo cocadas, achei o marketing um pouco insistente. Acho que poderiam ser mais delicadas na abordagem, pareceu uma coação. Mas nada demais.

  • Ruínas do Mosteiro de São Bento - antiga localização de descanso dos padres da região





Pôr do sol na Praia do Xaréu

Durante a noite, fomos no restaurante Sabor D'Maragogi. O espaço é bonito, bem próximo da praia e os preços no padrão do Russo Gastrobar, ou seja, um pouco caro para quem está procurando gastar pouco, mas nada surreal. O restaurante tem estacionamento e música ao vivo (e cobra couvert, mas foi barato).

Cardápio Sabor d'Maragogi







No caminho, vimos que tem uma galeria, a Galeria Santa Luzia, com alguns restaurantes que pareciam ser mais baratos, para objetivo de lanche, como pizzaria. Pode ser uma opção para quem quer gastar menos e comer uma comida mais casual. Também possui estacionamento e fica na estrada principal. 

Dia 6: Retorno a Recife (via Porto de Galinhas?)

Aproveitamos a manhã na praia onde ficamos hospedados, a Praia do Xaréu. A partir de umas 8 da manhã, apareceram bastantes buggys fazendo os passeios, mas depois de algum tempo a praia ficou bem mais vazia e aconchegante. Deu para aproveitar bem e a localização da pousada, fez valer a pena a falta de wifi e o chuveiro que não esquentava (pontos baixos, mas que não comprometeram). A manhã foi dedicada para relaxar e, feito o checkout, pegamos a estrada. 



Dependendo do horário da entrega do carro, pode valer a pena almoçar pela própria região ou até mesmo fazer uma pequena parada para almoço em Porto de Galinhas. Como estávamos com o horário apertado, optamos por almoçar no meio do caminho, no mesmo ponto de parada da ida. Mas, acho que valeria a pena uma parada em Porto de Galinhas e entregar o carro mais no fim do dia, mesmo que custe uma diária a mais. No nosso roteiro, optamos por não ir a Porto de Galinhas, porque vi algumas impressões de que era muito cheio e não valia tanto a pena, mas é uma decisão a se tomar para ter a experiência e tirar as próprias conclusões. Creio que esse dia possa ser um dia para ir para passar a tarde em Porto de Galinhas. Outra opção seria trocar Carneiros por Porto de Galinhas, mas minha impressão de Carneiros foi muito boa e não trocaria, na verdade gostaria de, numa próxima oportunidade, voltar lá e conhecer também o resto da orla da cidade de Tamandaré. 

O ponto de parada entre Maragogi e Recife, na cidade de Rio Formoso, fica a cerca de 50 minutos de Maragogi, onde há o restaurante Rio Caffé e o Rei das Coxinhas. Na ida, fui no Rio Caffé, achei o preço bom e atenderam rápido, mas no Rei das Coxinhas, achei que seria mais rápido por ser aparentemente uma rede grande da região (uma espécie de Graal / Casa do Alemão pra gente do Rio), mas foi demorado mesmo pedindo direto no balcão. Sabendo disso, eu iria de Rio Caffé na ida e na volta. 



O final do roteiro conta com a visita à feira na Pracinha de Boa Viagem, que tem opções de artesanato e roupas, mas achei que valeu menos a pena que o Mercado São José. Estava nos planos alugar uma bike e pedalar pela orla a partir do 2° Jardim, mas não deu tempo.




A janta foi no Bar do Cuzcuz, conhecido por ser o bar do jogador Hulk (tinha propaganda no aeroporto). O lugar é bem bonito, as porções são bem servidas, inclusive algumas vem com alguns acompanhamentos que não estão descritos no cardápio. É um preço coerente com a localidade e com as porções. O ponto baixo foi que aparentemente, não cobraram o preço de happy hour nas bebidas e só me dei conta depois, acabou ficando por isso mesmo. 


Dia 7: Vôo de volta

Basicamente, acordar e ir, a depender do horário do vôo. Uma dica é que o aeroporto é bem próximo de Boa Viagem, onde ficam os principais hotéis, então não é preciso se planejar para sair tão antes do horário, mas sempre procure chegar nas 2 horas antes do horário do vôo recomendados.

Dicas/Aprendizados

  • Caso haja mais um dia, é possível incluir Porto de Galinhas, Tamandaré ou Japaratinga, talvez com hospedagem. Ou alguma cidade no litoral norte de Pernambuco
  • Uma outra forma de montar o roteiro é se hospedando nas cidades do trajeto. Na minha pesquisa, os lugares mais acessíveis para hospedagem eram justamente Recife e Maragogi. Já Milagres e Carneiros eram bem caros e não encontrei muitas opções (leve em conta que também reservei com pouca antecedência). 
  • É possível fazer o trajeto indo por Recife e voltando por Maceió, a dinâmica seria outra (explorar mais praias do litoral de Alagoas), mas as passagens aéreas ficavam bem mais caras nessa disposição. Creio que o aluguel de carro também tenha alguma tarifa mais cara se a devolução não for no mesmo local
  • A Localiza tem uma promoção de 4 horas de tolerância para a devolução, mas achei que a promoção cria uma ilusão e não foi tão clara. A tolerância é para a diária e não para o horário de devolução que você marca no aplicativo. Acabou que aconteceu de eu marcar a retirada para 10h e a devolução para alguns dias depois às 14h e descobri na hora que não podia passar 10 minutos do horário que cobrariam outra diária. Acaba ficando um "tudo ou nada". Tendo isso em mente, fica mais fácil se planejar e evitar aborrecimentos. Então, ao alugar com a Localiza, independende dos horários marcados, você tem que devolver múltiplos de 24h do horário de retirada, com tolerância de 4 horas. 
  • Parece óbvio, mas é bom lembrar. Apesar de ser possível fazer compras no centro de Maragogi, é mais barato e menos trabalhoso comprar em Recife. Tem um Carrefour em Boa Viagem e um Assaí próximo ao aeroporto para poder levar água e lanches
  • Para quem já pesquisou o suficiente, também é óbvio, mas pode ser uma questão para quem está iniciando as pesquisas. As visitas às piscinas naturais (mar adentro com áreas rasas) é em horários de maré próxima de 0 e isso só acontece em luas cheia ou nova. Então, uma maneira de se planejar é ter a lua cheia ou nova no meio do roteiro . A tábua de maré é previsível e pode ser consultada. Mas não recomendo se limitar por isso pois não peguei essa maré, e mesmo assim valeu a pena.
  • Na estrada entre Recife e Maragogi, existe uma área onde a estrada bifurca em uma estrada marginal e a principal, observei que todos os carros desviavam para a marginal. Na principal, acaba vindo um quebra-mola que não está indicado nem bem pintado, na ida consegui reduzir a tempo, mas não consegui reduzir na volta, achei bem perigoso. Fora isso, foi a única situação de perigo da estrada durante o dia. Já durante a noite, fiz pequenos deslocamentos em Maragogi e em vários trechos, é absolutamente escuro, fui em velocidade reduzida (entre 50 e 60 km/h), mas vi muitos carros ultrapassando na velocidade "do dia" 

Hospedagens e Restaurantes

  • Recife
    • Dublê Hotel
    • Giro Praia Bar e Restaurante
    • Rede Andrade LG Inn
  • Olinda
    •  Art & Grill
    • Cavallotti Cervejaria Pub
  • Tamandaré
    • Beijupirá Carneiros
  • Maragogi
    • Pousada Praia do Xareu Maragogi
    • Russo Gastrobar
    • Sabor D'Maragogi

    Quem sou eu

    Raphael Fernandes
    Carioca, Brasileiro, Estudante de Robótica
    Hiperativo, Imperativo
    Gosto de tecnologia, de transporte, de Rock, de reclamar e de propagandas criativas (e outras coisas que posso ter falado em um post ou não)
    Musicalmente falando, sou assim.

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