22 de out. de 2014

O inimigo do meu inimigo é meu amigo

Não sou adepto das teorias conspiratórias, mas está cada vez mais evidente que o PSDB e o PT estão de mãos dadas. No primeiro turno, ambos tinham um inimigo comum: Marina, que tentava ser o algo diferente, o que faria sentido na "lógica black block" do ano passado. O que não faz sentido é uma população com desejo de mudança deixar ir ao segundo turno os dois últimos partidos a comandar o país.

De mãos dadas para derrubar Marina, cada um tinha seu interesse: o PSDB não queria deixar o posto de "alternativa" e o PT precisava manter seu inimigo fiel, e também manter o status de "alternativa". E conseguiram, no final das contas, dois projetos de governo praticamente idênticos, com enorme teor continuísta, se fazer de novidade.

Dilma conseguiu, ao chegar ao segundo turno com seu inimigo favorito, ficar com ares de heroína nacional na universidade, uma espécie de Che Guevara tupiniquim. A sensação que se tem é que o PT está no seu primeiro mandato, é como se estivéssemos em 2002, ingênuos, esperançosos e confiantes na mudança. Mas 12 anos se passaram, o pouco que se evoluiu (acho que a única evolução no país foi proibir fumar em recinto fechado) foi por atitudes isoladas ou pela loteria do pré-sal, a solução definitiva para tudo no país, a carta coringa, que, com 10% do seu faturamento investido em cada área de interesse, a conta não fecha. Outro fator é o próprio amadurecimento da democracia, apesar dos vexames regressistas da bancada evangélica e ruralista, ainda estamos aprendendo a lidar com a escolha.

Marina era o inimigo comum, e aparentemente, uns 95% da população deve realmente acreditar que só tinha 3 partidos ou que devia votar em X para eliminar Y. Não que eu goste da Luciana Genro, mas ficaria muito mais satisfeito se o segundo turno fosse ela contra o Eduardo Jorge do que essa situação que está aí.

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Quem sou eu

Raphael Fernandes
Carioca, Brasileiro, Estudante de Robótica
Hiperativo, Imperativo
Gosto de tecnologia, de transporte, de Rock, de reclamar e de propagandas criativas (e outras coisas que posso ter falado em um post ou não)
Musicalmente falando, sou assim.

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