14 de dez. de 2010

Das padronizações

Todos estão reclamando da padronização da pintura dos ônibus no Rio. Algo que traz problemas e faz perder um pouco da identidade visual da cidade. Diremos adeus à pintura da Redentor com o Cristo, da Penha-Rio e sua igreja, da Tijuca e sua Pedra da Gávea. É, parece que o povo - o maior interessado nesta história, o cliente - não aprovou muito, não foi consultado, ninguém se importou na verdade, o importante é agradar aos turistas (?). Mas, num modo geral, será que este povo desaprova mesmo uma padronização?

Já vi, em algum lugar, Simpsons, Family Guy, ou coisas do tipo (coisas do tipo se limitam a The Cleveland Show, American Dad e Futurama, mas não foi o que quis dizer), uma espécie de piadinha de inversão, negros e asiáticos falando de "ocidentais" como "eles todos têm a mesma cara". Essa piada é recorrente, principalmente para com (!) asiáticos. Mas, se pensarmos bem, e eu de vez em quando tenho mania de reparar, parece que as pessoas tendem a serem iguais. Talvez influência da televisão. Aí, se torna muito mais fácil se enquadrar na forma social. E escrotizar quem não se encaixa, contribuindo, assim, para o nosso satisfatório quadro social.

Mas, há um outro lado. Se você se molda demais ao "certo", acaba sumindo na multidão. É óbvio isso, porque olhariam pra você se você é como milhares de outros humanos. Uma das poucas coisas que concordei no lixo do Mistery Method tinha a ver com isso. É necessário algo para se destacar. Recentemente fui questionado quando cortaria o cabelo. E então questionei porque deveria? Então caímos no problema da fôrma social. Ora, porque o Grande Irmão assim desejou. Não, não sou nenhum exemplo de rebeldia. Sou tímido demais para tentar ir contra o mundo, e, como já disse, é muito mais fácil se adequar ao sistema, aquela velha frase "se você não pode derrotar um inimigo, junte-se a ele". Às vezes é melhor, para evitar aborrecimentos.

No fim, as pessoas acabam virando apenas um componente da multidão. Eu penso diferente, eu acredito que, uma vez que estamos vivos, devemos fazer o máximo para deixar sua marca nesse mundo. É muito chato e difícil aceitar ser apenas mais um.

*ao som de Soulfly (Soulfly VII), Iron Maiden (The Prisoner) e The Doors (Break on Through (to the Other Side), Light my fire, Love me Two Times, Touch me), Oasis (Go Let it out, Who feels love)

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Quem sou eu

Raphael Fernandes
Carioca, Brasileiro, Estudante de Robótica
Hiperativo, Imperativo
Gosto de tecnologia, de transporte, de Rock, de reclamar e de propagandas criativas (e outras coisas que posso ter falado em um post ou não)
Musicalmente falando, sou assim.

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