Existem vários motivos para explorar esse mundo. Além da questão da segurança, temos a questão, talvez filosófica, do software livre. Muitos, inclusive eu, se perguntam porque diabos nerds ao redor do mundo dedicam tempo para desenvolver os programas livres. Eu ainda não me respondi, pretendo ler sobre o assunto para a frente. Talvez seja a questão da personalização, aquela velha história do "se quer bem feito, faça você mesmo", talvez o cunho seja filosófico, conseguir nos sistemas operacionais o que o comunismo não fez.: igualdade e desenvolvimento para todos. Já li que um dos principais ramos que possuem beneficiamento nessa questão é o da pesquisa científica. Muitos programadores podem aprender se baseando em códigos ou fazendo seus próprios programas e colocando a disposição para uma rede inteira achar erros neles. É nos erros que aprendemos. Ou seja, o custo-benefício existe. E todas as outras áreas da ciência precisam rodar programas, muitas vezes, programas específicos para problemas específicos. A comunidade científica pode, às vezes, ser extremamente egoísta, mas creio que também possa haver ajuda mútua. Acredito que muitos não tenham uma vontade insana de descobrir todas as soluções para os problemas da natureza e da sociedade sozinhos, sem revelar, e prefiram ajudar e serem ajudados contribuindo com seus estudos em cada laboratório espalhado pelo mundo. Afinal, para que existem os congressos (tá já estou saindo do foco). Voltando à questão do linux, o software livre é algo que, ao menos, merece a atenção das pessoas.
Então estou investindo meu tempo cheio de ócio nas férias para explorar a potencialidade desse Ubuntu 9.10 que, além de toda a questão do software livre e da segurança, é um so muito interessante. Quando instalei o Ubuntu pela primeira vez, tive certos problemas na instalação de programas, alguns não se encontravam pelo incrível facilitador, o Synaptic, no qual você instala o programa botando o nome numa caixa de busca e clicando em "instalar" (que mistério há nisso). Porém, nem sempre achava os programas lá, tinha dificuldades com os drivers (de video e da impressora) e principalmente, não tinha banda larga, o que deixava as coisas realmente muito difíceis até porque nunca descobri como conectar 56 k no Ubuntu. Já nesse 9.10, as coisas são bem diferentes. Os drivers de video foram automaticamente detectados e a impressora funcionou sem precisar qualquer configuração louca e linhas de comando gigantes. Apenas liguei e imprimi, simples.
Alguns programas são fundamentais. Vou dizer alguns que estou usando aqui. Além do já citado samba, que permite acessar as pastas do Windows, é bom ter o Wine cujo atrativo principal é permitir rodar joguinhos. Eu mesmo já conferi o potencial e rodei Worms Armageddon, jogando um jogo online:
O tutorial se encontra nessa página: ViolatoR's World . Baixei um Play Worms Armageddon on Linux compactado, com um tutorial e os arquivos necessários para rodar com o auxílio do Wine. Instalei um conversor de img pra iso, o ccd2iso (esse não instalei pelo Synaptic ou seja lá qual for o nome agora, tive que ir pela linha de comando sudo apt-get install ccd2iso , depois é só dar o comando ccd2iso endereço/nome-do-arquivo.img nome-do-arquivo.iso, moleza) e rodei com o CD do WA no driver (segundo o tutorial, o CD é necessário, bom eu não precisei gravar, ja tinha o WA de uma revista, a Full Games).
Muita gente sentiria falta de um MSN na vida. Afinal, a incrível quantidade de frescuras dele realmente prende as pessoas, senão não teria vencido o ICQ lá na época web 1.0 apesar do ICQ ter chat, mensagem offline e envio de arquivos eficiente, coisa que não existia no MSN daqueles tempos. Inclusive, o envio de arquivos do MSN atual ainda é uma porcaria, mas não vou entrar nesse mérito (só mais um pouquinho: o ICQ podia parar e continuar transferência de arquivos, o MSN ATÉ HOJE não faz isso, tá bom, chega). Mas existem mensageiros amigáveis no Linux também. Instalei dois: o Pidgin (que também tem versão Windows) e o Emesene. Particularmente, gostei mais do Emesene, que, agora, tem o envio de arquivos funcionando (quando instalei no Ubuntu antigo, não funcionava). No Pidgin, o envio de arquivos também funcionou bem, é até mais bonitinho que no Emesene. Achei algo estranho no Pidgin, que não mostrava que os bloqueados estavam bloqueados, temo que eles tenham me visto online. No Emesene, quem estava bloqueado tinha a cruz vermelha, como manda o figurino. E é bem parecido mesmo. Configurei para mostrar a música na mensagem. Tem uma opção lá dos plugins, é só escolher o player que vai usar pra tocar música (eu escolhi o Rhythmbox, o VLC não deu certo pra exibição de mensagens, o Rhythmbox deu) e mandar ver. Eu conseguia ver (ou pelo menos me enganaram bem), não sei os outros se viam também ehee. Mas provavelmente sim... Ainda nesse quesito das músicas, no Rhythmbox, instalei o plugin do last.fm (aqui foi só botar login e senha, sem dificuldades) e comecei a registrar minhas músicas no meu perfil do last.fm . Para ver videos, usei o VLC. A legenda funcionou direitinho. Acabei de testar o scanner, perfeito. O gravador de DVDs ainda não testei (inclusive achei um ótimo freeware da DVDVideoSoft, simples, leve e eficaz, me deixando sem motivos para continuar com o obeso Nero). Baixar torrents não tem problemas também. Editar imagens com o Photoshop grátis e leve, o Gimp.
meu teste do scanner: adesivo da red bug que veio junto com meus broches anti-ie e baleia do twitter
Devo lembrar aqui um fato que li na internet há algum tempo sobre a agressão de sistemas Ubuntu a discos rígidos. Li certa vez que alguns discos rígidos podiam sofrer com um problema de rotação, fazendo ter vida útil menor. Não sei se esse problema já virou história, acredito que sim.
Conclusão: não precisamos piratear as coisas. Tanto se reclama da pirataria no Brasil, vemos na prática, todos os dias, gangues vendendo produtos piratas. Ainda que o compartilhamento ainda tenha que ser praticado (se você deseja ver séries e filmes sem ter TV paga ou pagar uma fortuna pelos DVDs originais - eu ainda acho que as produtoras podiam dar um jeito de se beneficiar disso, ao invés de ficar tentando atacar os direitos autorais e caçando sites de legendas e videos no youtube), é possível viver do software livre. Com muitos programas eficazes e sem custo. E com a certeza que ótimas cabeças estão pensando em como melhorá-lo.
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